Pages

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

RUBRO AMOR

Ainda na infância pensava muito sobre como seria a vida no decorrer da juventude, pensava nos filhos que viria a ter, os amores mal vividos, dos filhos e demais coisas.

Vivia intensamente todos os momentos sem medo do que pudesse acontecer.

Fugindo de mim mesmo nos momentos mais sombrios e sem sombra de duvidas, a vida não era a mesma desde que conheci Heloá, moça de seus vinte e poucos anos, corpo de dar inveja a qualquer moçinha de quinze. Com sua fala meiga e olhar sedutor, logo começamos a nos conhecer e dar asas para a química presente desde o primeiro momento.

Mal sabia eu que este seria a prorrogação de todos os meus sonhos. Mal sabia eu que jamais seria como imaginei. Jamais saberia que minha velhice ora pensada jamais seria alcançada. Pensando bem, vivo além da velhice que pensei outrora, porém carrego o peso dos anos em minha não presente alma, na verdade presente, pois existo. São momentos de reflexões filosóficas que me mantem acesa a chama do que muitos chamam de vida.

Viver na escoria da sociedade. Anjos da Noite. Descendentes de Caim. Vivemos intensamente a cada novo anoitecer, pois a chegada de um novo dia para nós pode ser uma ameaça. Como me lembro do rosto de medo, horror de todas as minhas “namoradas”, usando de habilidades psíquicas para seduzi-las, porém nunca tive a petulância de  transformar uma de minhas vitimas em seres da noite, vampiro assim como o sou. 

Devo todas minhas desgraças há Heloá, pois maldito o dia que nossos olhares se cruzaram e em um ato avassalador me dominou, consumiu minhas energias, roubou minha vida através de seus lábios, presenteando-me com o prêmio maldito, a imortalidade.

Muitos nos rotulam por assassinos, porém assim não nos vejo. Somos seres vivos, estando inserido em um ecossistema autossustentável, onde somos apenas obrigados a caçar nossos alimentos. Não tendo culpa de nossa espécie se alimentar de outra que até outrora era semelhante. Apenas luta pela sobrevivência. Por um lado é interessante, pois nossas vitimas em si não são mortas ou aniquiladas, elas passam a viver através de nós, pois suas vidas nos dá a imortalidade e nos presenteiam com mais alguns momentos até nossa próxima refeição.

Creio que ainda não falei dos períodos que somos obrigados a ficar inerte em um tão conhecido caixão. Por fim quero logo lhes dizer, não é tão glamorosa está nossa existência. Mas sigo meu caminho errante, sem filhos, sem envelhecer porém com o peso dos anos preso apenas em minha memoria, sonhando o dia de romper esta barreira espectral e finalmente poder dizer que valeu a pena e tudo não passou de um sonho.
Sonho?  – O que seria sonho a uma altura dessas que vivo. O meu presente sempre latente, quantos nomes tive que usar? As mudanças constantes, tudo isso faz parte de nosso ciclo natural, mas irei romper todas essas barreiras, vocês podem esperar.

MANCHETE TV VAMP
13/05/2011
- Duplo suicídio de dois membros de nossa staff, Heloá e Marco Polo programaram e executaram suas próprias mortes em uma guilhotina, sendo ambos decapitados  no mesmo momento. Acharam apenas uma carta um tanto sem explicação, vejam trechos a seguir.

– ... Morrendo para vida renascemos em nosso universo imortal, hoje selando nossa união retornamos neste ato de coragem, jogando fora uma podre imortalidade para nos encontrar na profundeza das trevas e vivermos como realmente somos.
PS: Heloá
PS: Marco Polo

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

EU VAMPIRO

Quando me deparo comigo mesmo
Paro!
Penso!
Não me vejo!
Tenho uma imortalidade
Não a posso desfrutar em frente a um espelho.
Vagando entre mundos
Deparo com meu eu
Inexistência de vida
Alimento de seus terrores
Fugindo de meus próprios pudores
Alimento a alma de um ser inóspito
Chamado “Eu Vampiro”

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O INICIO PRÉ VERTIGEM – 03


Não poderia por em risco a vida de Alexein, nem tampouco matar todas as reais possibilidades de sacramentar o romance. Seguiu em frente levando sua vida em sua forma comum, escondendo de todos inclusive de si mesma todas suas intenções de futuro.

Apollo ampliava a cada novo ano seu domínio sobre os povos, sobre deuses e semideuses. Subjugava todos, em especial Ártemis quem tanto amava. Estava ficando difícil a relação no seio familiar. Em sua mente elaborava um plano para que deleitasse ao menos uma noite com Alexein. Uma noite apenas valeria todo este esforço. Toda renuncia. Anseios e desejos.

Alexein um camponês discreto. Conhecido por seus padrões comportamentais nada comum para sua época, não muito devoto e dependente dos deuses. Não prestando o venerado culto aos descendentes de Zeus. Amava a natureza e os animais. Conseguia de forma única conhecer o intimo das pessoas em apenas um olhar. Sua aura transcende as barreiras culturais, vivendo sempre em contato com a natureza e animais.

Ela se superou. Transformando-se em uma loba, correndo incessantemente pela floresta proibida. Não temendo os predadores noturnos, o perigo constante. Seria naquela noite. Seria como havia passado meses planejando. Nada. Ninguém poderia interferir a este curso do destino.

Foi um ato de coragem, isso ninguém pode negar. O que há espera após sair da floresta proibida? Como será o contato com Alexein? Qual será o fruto desta relação? Existirá relação? Somente o daqui algumas horas saberemos este desfecho.

Continua...



quinta-feira, 22 de julho de 2010

O INICIO PRÉ VERTIGEM – 02

Os dias foram se passando, o amor latente dominando o coração desavisado de Artêmis. Não sabia ao certo até quando se contentaria com o encanto de ser acariciada apenas no corpo dos animais que cercavam Alexein. Não entendia como funcionava no intimo de Alexein. Tinha uma única certeza, estava loucamente apaixonada.

- Não vê que és um fruto proibido para um reles mortal? – Bradou Apollo, indignado ao ver a maneira estranha que Artêmis estava se comportando ultimamente em relação à Alexein.

- Nem mesmo Zeus será capaz de mudar isso. Podem me matar. Podem tentar intervir de nada adiantará. Estamos ligados por um elo inexorável criado por nosso pai. A alma. Quem pode dominar isso além de nós mesmo. Zeus quis assim. Você pode mudar isso? Creio que não. – Artêmis estava com ódio. Medo. Amor. Não sabia ao certo como dar vida a tal paixão. E antes mesmo de seu inicio Apollo estava tentando persuadi-la a desistir, mas estava disposta a lutar com sangue e coração para tornar real.

- Como ousa ser tão insolente?

- Insolente? Quem tu achas que és. O próprio Zeus?

- Sou seu irmão e busco zelar pela ordem na família. Sabe que nunca fui a favor de relacionamentos com seres humanos.

- Tenha seus conceitos para você. Para mim nunca prevalecerão.

A briga estava armada. Tinha convicção da dificuldade que enfrentaria a partir de então para tentar se deleitar nos braços de Alexein.

- Estou disposta. Pelo que sinto por aquele homem daria a vida. Trata-se de AMOR.

E realmente era amor que pairava naquele real coração. Não sabendo das conseqüências que poderia gerar para humanidade o resultado deste fruto proibido. Mas por hora continua apenas o amor latente, sem barreiras.


Continua...

terça-feira, 20 de julho de 2010

O INICIO PRÉ VERTIGEM - 01


Nos primórdios de nossa criação entre deuses e semideuses caminhava toda a humanidade. Em um dia qualquer passando por entremeio algumas arvores Alexein se viu salvando a vida de uma ursa e seus filhotes, Artêmis estava ali presenciando e foi como uma flechada em seu coração a pureza que encontrava naquele moço ainda tão jovem, apenas um humano, com aura e atitudes de grandes deuses.

A cada novo dia a admiração ampliava. Os gestos. A maneira dócil de acalentar aquele ursinho lhe dava o desejo de que aquelas mãos viessem a lhe tocar.

- Impossível. Como me relacionar com um humano? Porque ele não era um deus? Seria bem mais fácil.

Alexein dentro de si levava sua vã filosofia de que o mundo não precisaria de deuses, precisa apenas de homens conscientes em manter a vida no planeta em ordem. Não gostava de prestar tributos e veneração. Era um camponês comum dentro de suas peculiaridades. Há alguns dias passou a sentir algo estranho em sua propriedade. Chitára nome que dera para mamãe ursa após salva-la estava com um olhar estranho, como se ali estivesse um ser pensante em busca de uma comunicação racional. Impossível.

- Não sei outra maneira de manter contato, de me aproximar de Alexein, este preconceito com os deuses, em seu lugar talvez eu também pensasse da mesma maneira a principio. Nada posso fazer. Apenas compreendo. Não fui justa. Não sei se posso continuar. Utilizar o corpo de uma Ursa para receber carinhos de minha nova paixão não foi minha melhor escolha. O desejo falou mais alto. Foi transcendental.

Assim foi os primeiros encontros do que seria anos mais tarde uma relação de amor e sangue.

“Entre deuses e homens sobrevivem os mais fortes”. Com essas poucas palavras Apollo irmão gêmeo de Artêmis pode demonstrar total desprezo e desconfiança em sua irmã. Que mesmo sendo uma deusa era inferior a ele. Era mulher.

O que falará mais alto o amor real ou a ordem de seu amargo irmão.

O amor sempre vence, desde a criação. Não seria agora diferente.

Continua...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O QUE ACONTECEU?

Em meio a angustia de uma noite cálida. Medo. Arrepio. O que seria aquilo apenas um vulto ou seria realmente um ser fantasmagórico que viera tirar a paz do coração de Paulo Henrique. Um jovem em plena atividade, destemido. Conhecido por suas façanhas entremeio as mulheres, mas isso tudo foi em vão, pois naquele momento nada podia ajuda-lo. Se todas as mulheres com as quais ele estava envolvido estivesse ali para defendê-lo, poderia estar a salvo. Sozinho. Em meio a um mar de duvidas e tempestades de uma desilusão de estar sozinho naquele momento.

A casa parecia grande de mais. Rezava em seu intimo para que fosse um pesadelo. Bem que poderia ser. Parecia surreal. Seria um homem? Um animal? Não sabia ao certo. A cada nova passagem pela janela assolava um medo constante.

Estava aproximando rapidamente. O suor teimava em cair demonstrando a ansiedade. Era um lobo. Sabia disso. Era um homem. Não tinha certeza. Quebrou a janela. Um arrepio Mortal. Veio se aproximando lentamente. Saboreando cada segundo de seu medo. Com as garras sedentas agarrou o velho PH. Em um único golpe levou um grande susto sendo acordado as 10:00 horas da manhã por sua filha dizendo que teria que ir fazer compras. Já estava tarde.

RITMO FRENÉTICO

Sem muita coisa para fazer Carlos decide ir para uma cidade vizinha em busca de algumas aventuras, quem sabe conseguir alguns momentos de prazeres carnais com alguma “gata” de Goianira, as correrias diárias estava deixando-o cada vez mais cabisbaixo e apenas nesses pequenos momentos que encontrava motivação para continuar indo em frente, dando vida as esperanças de algo melhor.


Ao chegar na festa achou estranho, tamanha movimentação, logo foi surpreendido por uma loira, aproximadamente 1,70 de altura, uma beleza incomum, que foi logo chegando e dando-lhe um beijo. Em seus pensamentos tinha ganhado a noite, nunca uma mulher tão bela tinha lhe dado a mínima, muito menos sem ao menos lhe dizer uma só palavra dar-lhe um beijo. – Hoje é meu dia de sorte, vim para o lugar certo. Estes foram os únicos pensamentos a aflorar a mente de Carlos. Duraram poucos segundos, beijos viraram mordidas, mordidas insanas de uma criatura desvairada enfeitiçada por algum ser maligno, que estranhamente se alimentava de seu medo, de sua dor, seu sangue.


Entremeio um olhar escapou para o restante do publico, pode perceber que não era o único. O que seria aquilo um ataque suicida vindo do além, ou delírios de sua pobre mente. Estaria drogado. Suas forças foram se esvaindo, morreu ali naquele instante um jovem sonhador sem saber o que realmente ocorreu. Seriam vampiros ou apenas delírios? Restou penas vertigem “pré-morte”, morreu na incerteza. Apenas morreu.