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quinta-feira, 22 de julho de 2010

O INICIO PRÉ VERTIGEM – 02

Os dias foram se passando, o amor latente dominando o coração desavisado de Artêmis. Não sabia ao certo até quando se contentaria com o encanto de ser acariciada apenas no corpo dos animais que cercavam Alexein. Não entendia como funcionava no intimo de Alexein. Tinha uma única certeza, estava loucamente apaixonada.

- Não vê que és um fruto proibido para um reles mortal? – Bradou Apollo, indignado ao ver a maneira estranha que Artêmis estava se comportando ultimamente em relação à Alexein.

- Nem mesmo Zeus será capaz de mudar isso. Podem me matar. Podem tentar intervir de nada adiantará. Estamos ligados por um elo inexorável criado por nosso pai. A alma. Quem pode dominar isso além de nós mesmo. Zeus quis assim. Você pode mudar isso? Creio que não. – Artêmis estava com ódio. Medo. Amor. Não sabia ao certo como dar vida a tal paixão. E antes mesmo de seu inicio Apollo estava tentando persuadi-la a desistir, mas estava disposta a lutar com sangue e coração para tornar real.

- Como ousa ser tão insolente?

- Insolente? Quem tu achas que és. O próprio Zeus?

- Sou seu irmão e busco zelar pela ordem na família. Sabe que nunca fui a favor de relacionamentos com seres humanos.

- Tenha seus conceitos para você. Para mim nunca prevalecerão.

A briga estava armada. Tinha convicção da dificuldade que enfrentaria a partir de então para tentar se deleitar nos braços de Alexein.

- Estou disposta. Pelo que sinto por aquele homem daria a vida. Trata-se de AMOR.

E realmente era amor que pairava naquele real coração. Não sabendo das conseqüências que poderia gerar para humanidade o resultado deste fruto proibido. Mas por hora continua apenas o amor latente, sem barreiras.


Continua...

terça-feira, 20 de julho de 2010

O INICIO PRÉ VERTIGEM - 01


Nos primórdios de nossa criação entre deuses e semideuses caminhava toda a humanidade. Em um dia qualquer passando por entremeio algumas arvores Alexein se viu salvando a vida de uma ursa e seus filhotes, Artêmis estava ali presenciando e foi como uma flechada em seu coração a pureza que encontrava naquele moço ainda tão jovem, apenas um humano, com aura e atitudes de grandes deuses.

A cada novo dia a admiração ampliava. Os gestos. A maneira dócil de acalentar aquele ursinho lhe dava o desejo de que aquelas mãos viessem a lhe tocar.

- Impossível. Como me relacionar com um humano? Porque ele não era um deus? Seria bem mais fácil.

Alexein dentro de si levava sua vã filosofia de que o mundo não precisaria de deuses, precisa apenas de homens conscientes em manter a vida no planeta em ordem. Não gostava de prestar tributos e veneração. Era um camponês comum dentro de suas peculiaridades. Há alguns dias passou a sentir algo estranho em sua propriedade. Chitára nome que dera para mamãe ursa após salva-la estava com um olhar estranho, como se ali estivesse um ser pensante em busca de uma comunicação racional. Impossível.

- Não sei outra maneira de manter contato, de me aproximar de Alexein, este preconceito com os deuses, em seu lugar talvez eu também pensasse da mesma maneira a principio. Nada posso fazer. Apenas compreendo. Não fui justa. Não sei se posso continuar. Utilizar o corpo de uma Ursa para receber carinhos de minha nova paixão não foi minha melhor escolha. O desejo falou mais alto. Foi transcendental.

Assim foi os primeiros encontros do que seria anos mais tarde uma relação de amor e sangue.

“Entre deuses e homens sobrevivem os mais fortes”. Com essas poucas palavras Apollo irmão gêmeo de Artêmis pode demonstrar total desprezo e desconfiança em sua irmã. Que mesmo sendo uma deusa era inferior a ele. Era mulher.

O que falará mais alto o amor real ou a ordem de seu amargo irmão.

O amor sempre vence, desde a criação. Não seria agora diferente.

Continua...